Seg - Sex 08h00 - 18h00 (11) 3383-4350(11) 99483-9808 contato@catana.com.br

Saiba o que é e como o novo regime de Substituição Tributária afeta as operações do comércio exterior

Substituição Tributária (ST) e as mudanças no comércio exterior

O cenário tributário brasileiro tem passado por constantes mudanças, sempre com o objetivo de simplificar processos e tornar o sistema mais eficiente. 

Uma das discussões mais recentes envolve a substituição tributária e seus reflexos sobre as operações de comércio exterior, especialmente no que se refere à importação e à circulação de mercadorias dentro do país.

Para empresários e profissionais que atuam nesse setor, compreender como funciona esse regime é essencial para evitar surpresas, planejar melhor as operações e garantir a competitividade dos negócios.

O que é a Substituição Tributária?

De forma simples, a Substituição Tributária (ST) é um regime de arrecadação em que a responsabilidade pelo recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é atribuída a um contribuinte específico da cadeia de produção ou comercialização. 

Ou seja, em vez de cada empresa recolher o imposto quando realiza a venda, o recolhimento é concentrado em uma etapa anterior, geralmente no fabricante, importador ou distribuidor.

A ideia principal é antecipar o pagamento do ICMS referente a toda a cadeia, reduzindo a evasão fiscal e aumentando o controle da arrecadação por parte do Estado. 

Assim, centralizando toda a arrecadação em um número reduzido de contribuintes, a fiscalização é facilitada e evita-se a sonegação.

Veja o que mudou no novo regime

O novo regime de Substituição Tributária trouxe alterações relevantes que impactam diretamente as operações do comércio exterior. Entre os principais aspectos, destacam-se:

  1. Base de cálculos mais clara: uma das críticas antigas ao modelo de ST era a dificuldade de definir corretamente a base de cálculo do imposto. Agora, há regras mais objetivas para apuração, com tabelas de margens de valor agregado (MVA) mais atualizadas, reduzindo disputas jurídicas.
  2. Integração com operações de importação: o novo regime reforça que importadores também podem ser responsáveis pelo recolhimento do ICMS-ST já no momento em que a mercadoria entra no território nacional. Isso significa que parte da carga tributária precisa ser prevista antes mesmo da circulação interna.
  3. Ajustes de restituição e complementação: uma inovação importante é a possibilidade de restituição do ICMS-ST pago a maior ou a necessidade de complementação caso a venda ao consumidor final ultrapasse o valor estimado. Esse mecanismo busca corrigir distorções e tornar o regime mais justo.
  4. Harmonização entre os estados: embora cada estado ainda tenha autonomia para definir regras específicas, existe um movimento de uniformização, o que facilita a vida das empresas que atuam em diferentes regiões do país.

Afinal, como isso afeta o comércio exterior?

Para empresas que importam produtos ou atuam em exportações, os impactos podem ser significativos:

  • Planejamento: o importador precisa considerar que o ICMS-ST pode ser exigido já na entrada da mercadoria. Isso afeta diretamente o fluxo de caixa e o preço final do produto no mercado interno.
  • Formação de preços: como o imposto é recolhido de forma antecipada, é necessário calcular corretamente a margem de lucro para não correr o risco de perder competitividade.
  • Maior segurança jurídica: com regras mais claras e mecanismos de restituição, as empresas conseguem planejar suas operações com mais previsibilidade, reduzindo litígios tributários.
  • Exportações: em princípio, operações destinadas ao exterior continuam isentas de ICMS. No entanto, para empresas que trabalham tanto com importação quanto com revenda nacional, é importante separar corretamente os fluxos para evitar recolhimentos indevidos.

Desafios e oportunidades

Apesar das melhorias, o novo regime de substituição tributária ainda traz desafios, como a necessidade de adaptação de sistemas de gestão, treinamento de equipes fiscais e acompanhamento constante das atualizações estaduais.

Por outro lado, também abre espaço para oportunidades. Empresas que se anteciparem, revisarem seus processos e implementarem controles mais eficazes poderão não apenas evitar riscos, mas também ganhar eficiência operacional.

O novo regime de Substituição Tributária representa um avanço na tentativa de tornar o sistema tributário mais transparente e equilibrado. Para quem atua no comércio exterior, ele exige atenção redobrada no planejamento de custos e na gestão fiscal, mas também pode trazer benefícios em termos de previsibilidade e segurança.

Entender essas mudanças e se preparar para elas é fundamental para manter a saúde financeira da empresa e garantir competitividade em um mercado cada vez mais dinâmico. 

Acesse nosso blog e acompanhe mais conteúdos como este!

Deixe um comentário